Gênero: Vida Escolar, Shoujo, Josei, Slice of Life, Drama.
Sinopse: Takahashi Nanami acaba de começar o secundário. Em sua classe, há um menino muito popular, que dizem ter conquistado 2/3 das meninas da escola, Motoharu Yano. Depois de um tempo, Yano e Takahashi começam a namorar, mas muito problemas começam a surgir entre eles. Yano possui um passado muito obscuro. Será que Nanami será capaz de compreende-lô?
Fonte: Wikipedia
Análise e Opinião Sem Spoilers:
No início do ano, quando eu pesquisava animes com temática mais romântica e relacional, Bokura Ga Ita sempre apareceu como uma das sugestões certeiras. A premissa do garoto desejado e popular namorando a garota mediana e enfrentando problemas, contudo, não me chamou atenção à primeira visto. Perco o número da quantidade de sinopses em que o enredo se delineia com este clichê contemporâneo juvenil da garota estranha ou razoável em uma paixão turbulenta com um garoto bacana demais para ela.
Em algumas histórias este artifício me incomoda: em Kimi ni Todoke, a protagonista Sawako é tão adorável em sua personalidade pura por trás da face amedrontadora, o restante das personagens tão carismáticos, que o mocinho apaixonado, Kazehaya, ser o “gostosão da parada” não é tão chato (embora eu ainda acredite que ele poderia ser um pouco menos “número 01” e ainda assim seria legal).
Em Kaichou Wa Maid-Sama, em contrapartida, a perfeição exacerbada de Usui por vezes chega a cansar. Bom nos esportes, reconhecidamente bonito, gênio nos estudos, rico. Algo que Kareshii Kanojo no Jiyou (Karekano) apresenta também, no entanto subverte ao mostrar a outra face das personagens. Em "Sukitte Ii na Yo",a problemática de se namorar um cara lindo e amigo de todos é um dos focos da trama, e algumas vezes faz um trajeto intrigante em meio ao clichê. Os exemplos são infindáveis, alguns funcionam melhor, outros nem tanto.
Voltemos a Bokura Ga Ita: Nanami tem 15 anos é uma garota comum e doce, aquele arquétipo da protagonista romântica e alegre dos shoujos. Ela está iniciando o Ensino Médio e após ouvir rumores sobre seu popular colega de turma, Motoharu Yano, ter conquistado boa parte das meninas, começa a prestar mais atenção nele. Ela acaba conhecendo e convivendo com o garoto, e após algumas desventuras e desentendimentos, os dois se tornam amigos, desenvolvem uma atração, e sem muito rodeio e picuinhas, passam a namorar. Em meio a isso, é revelado que ele namorou no ano anterior com uma garota muito bonita que faleceu, e as circunstâncias de sua morte deixaram Yano confuso e com dificuldade em confiar em alguém. A irmã da garota, aliás, é colega de classe de Nanami e aparenta ter uma ligação complicada com o menino. As coisas complicam ainda mais quando o melhor amigo de Yano, Masafumi Takeuchi, também demonstra amar Nanami.
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Nana-san, a ex namorada falecida |
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Yuri Yamamoto, irmã de Nana-san |
O anime, então, vai mostrando o aprofundamento da relação de Nanami e Yano: o primeiro encontro, a sensação de se estar apaixonado, ciúmes, sexo – sim, não se deixe levar pelo traço fofo, aqui temos uma ótica muito mais verossímil onde os personagens pensam, falam e fazem sexo naturalmente, sem exagero ou apelação - , e demais peculiaridades comuns de uma paixão adolescente. Nanami, no início, até se sente insegura por Yano ser muito popular, mas, ainda bem, depois de um tempo isso se torna algo superfluo: Nanami amadurece e se torna mais segura e popular, e a relação deles não se constitui numa desigualdade que a faça se humilhar por ele ou se torne o foco da história (como Kotoko todo o tempo tentando chegar à altura de Irie em “Itazura na Kiss”, Erika se humilhando e se esforçando para amolecer o coração de Kyouya em “Ookami Shoujo to Kuro Oji” ou a dependência da solitária Mei pelo popular Yamato em “Sukitte ii Na Yo”).
Quanto a Yano, é um mocinho muito odiável e amável: realmente é bem babaca no início: é o típico popular do colégio – a arrogância adolescente se mostra muito realista neste ponto - , e algumas de suas atitudes são muito detestáveis, dessas que te darão nos nervos, no entanto, é notório o quanto ele luta para ficar com Nanami, o quanto ele se esforça para agradá-la e o quanto corre atrás dela. Eu, que sou bem resistente a personagens masculinos de josei e shoujo, desenvolvi simpatia pelo personagem, compreendendo-o melhor e sentindo pena dele depois dos bolas-fora dados (claro que uma parte de mim ainda torceu um bocadinho para a protagonista ser “roubada” pelo amigo de Yano e seu rival no amor… mas foi coisa pouca).
Aliás, o mais legal que encontrei no anime foi a identificação: como senti empatia com Nanami, uma personagem tão diferente de mim em personalidade, mas tão próxima em algumas atitudes da adolescência: ela se empolga bastante no início e se esforça para ser amorosa e compreensiva, mas o passado turbulento, as dúvidas, a desconfiança, a falta de imaturidade de ambos, começou a pesar, e nem sempre ela aguentou o tranco. Heroínas de fibra que sempre suportam tudo… por mais forte que Nanami seja, ela é humana e pouco sabe emocionalmente, muitas vezes agindo com ciúmes, possessão, egoísmo. É irritante? É, mas verossímil! Quem não foi assim no primeiro amor? Começou com a pureza da inexperiência e uma hora sentiu vontade de jogar tudo para o alto e desistir pós descobrir o quão difícil pode ser?
CONCLUSÃO
Se você curte romance escolar, slife of life, jogue-se sem medo. Se quer uma coisa bem leve e cômica, não é tanto a proposta de Bokura ga Ita. Uma relação mais adulta, menos “bobinha”, personagens não tão cativantes e carismáticos, mas com quem nos identificamos com seus defeitos. Miscelânia se sentimentos e dramas. Recomendo!
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